O Presidente da República, João Lourenço, medianeiro designado pela União Africana para mediar a crise político-diplomática entre a RDC e o Rwanda, manifestou, hoje, grande apreensão pelos desenvolvimentos no leste do país vizinho.
O líder angolano e medianeiro designado pela União Africana para mediar a crise político-diplomática e de segurança entre a República Democrática do Congo (RDC) e a República do Ruanda, regista com grande apreensão os graves desenvolvimentos registados no Leste da RDC, que culminaram com a ocupação pelo Movimento 23 de Março (M23) da cidade de Goma, capital da Província do Kivu-Norte.
Segundo João Lourenço, essa acção representa uma séria violação ao processo de Luanda, que reiniciou, após encontros bilaterais em separado com Félix Tshisekedi Presidente da República Democrática do Congo e Paul Kagame, Presidente da República do Ruanda, em Fevereiro e Março de 2024.
João Lourenço diz que ambos concordaram em priorizar: o Cessar-fogo; a Neutralização das Forças Democráticas de Libertação do Ruanda (FDLR) e o Desengajamento de Forças/Levantamento das Medidas de Segurança adoptadas pelo Ruanda, isto é, a retirada das Forças de Defesa do Ruanda do território da RDC.
Nesta conformidade, prossegue JLO, após um árduo processo negocial ao nível dos respectivos ministros das Relações Exteriores/Negócios Estrangeiros, apoiados pelos Chefes dos Serviços de Inteligência dos três países, foi possível decretar-se o cessar-fogo, que entrou em vigor aos 04 de Agosto de 2024, tendo a RDC e o Ruanda assumido o compromisso referentes a Neutralização das FDLR e ao Desengajamento de Forças/Levantamento das Medidas de Segurança adoptadas pelo Ruanda, através da adopção do Conceito de Operações (CONOPs), e o Reforço do Mecanismo de Verificação ad’hoc com oficiais de ligação da RDC e do Ruanda.