Imagens de reféns “fracos e desnutridos” chocam Israel

Aparência esquelética dos três reféns emociona familiares e provoca comparações com sobreviventes dos campos de concentração nazis.

As imagens dos três reféns libertados ontem pelo Hamas, visivelmente enfraquecidos e subnutridos, provocaram uma onda de choque e revolta em Israel. “Isto não ficará sem resposta”, prometeu o Governo israelita, que já tinha ameaçado tomar medidas após uma das reféns libertadas na semana passada ter sido obrigada a passar, aterrorizada, pelo meio de uma multidão enfurecida.

“Esta é a imagem de um crime contra a Humanidade”, denunciou o Presidente israelita, Isaac Herzog, sobre o estado em que foram libertados os reféns Or Levy, Ohad Ben Ami e Eli Sharabi. Visivelmente mais magros e com um ar abatido após 491 dias de cativeiro, os três reféns foram exibidos num palco em Gaza pelo Hamas e obrigados a responder a perguntas de terroristas armados, em mais uma demonstração de força do grupo extremista, antes de serem entregues à Cruz Vermelha Internacional e levados para Israel, onde se reuniram com os seus familiares, que não conseguiram esconder o choque. “Parece um esqueleto, é difícil de ver”, disse a sogra de Ohad Ben Ami.

Já a associação de familiares dos reféns comparou a imagem dos três israelitas ontem libertados à dos sobreviventes dos campos de concentração nazis. “Temos de tirar todos os reféns daquele inferno”, implorou um porta-voz.

Um dos três reféns libertados, Or Levy, de 34 anos, tem nacionalidade portuguesa. Foi raptado pelos terroristas que atacaram o festival Supernova, junto à fronteira de Gaza, a 7 de outubro de 2023. A mulher, Eynav, foi morta pelos terroristas.

A TV israelita mostrou ontem imagens do momento do reencontro do refém israelo-português com a família. “Sentimos tanto a tua falta” disse a mãe de Levy, Geula. O refém tinha ainda à sua espera o filho de 3 anos, Almog.

Um total de 16 reféns israelitas e cinco tailandeses foram libertados desde o início da primeira fase do cessar-fogo, a 19 de janeiro, estando prevista a libertação de mais 17 nas próximas semanas. Em troca, Israel já libertou 583 prisioneiros palestinianos, incluindo alguns terroristas condenados por ataques que causaram a morte de dezenas de civis israelitas.

Negociações para a Segunda fase

Uma delegação israelita partiu ontem para Doha, no Qatar, para iniciar as negociações sobre a segunda fase do cessar-fogo. Nesta próxima fase está prevista a libertação dos restantes reféns ainda vivos, incluindo militares israelitas, e a retirada total das tropas de Israel da Faixa de Gaza.

Estado palestiniano na Arábia saudita

O Egipto condenou veementemente uma sugestão do PM israelita, Benjamin Netanyahu, sobre a criação de um Estado palestiniano no território da Arábia Saudita, afirmando que se trata de declarações “irresponsáveis” e uma “ingerência direta na soberania saudita”.

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

twelve − ten =