O Presidente da República, João Lourenço, conferiu posse, na manhã de hoje, às entidades que nomeou quarta e quinta-feira desta semana, designadamente o novo Ministro da Agricultura e Florestas, Isaac Francisco Maria dos Anjos; o Ministro do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, Albano Vicente Lopes Ferreira; e os Vice-Governadores para os Serviços Técnicos e Infra-Estruturas das províncias de Cabinda e de Luanda, respectivamente Juliano Cuabi Niongue Capita e Calunga Francisco Zage Quissanga, avançou a Presidência da República.
“Por ocasião da realização desta cerimónia de empossamento, gostaria de tecer algumas considerações, sobretudo em relação à visão que temos do sector da Agricultura e Florestas e do Ensino Superior”.
“O ministro Isaac dos Anjos já foi ministro desta pasta, precisamente desta pasta da Agricultura, numa outra conjuntura. Volta a ocupar o mesmo lugar. O que nós esperamos de si é que tenha em mente a necessidade de sermos mais ambiciosos neste domínio da Agricultura, numa altura em que muito se fala da necessidade do combate à fome e à miséria, da necessidade de garantirmos a segurança alimentar”, disse o Chefe Estado aos recém-empossados.
João Lourenço disse que o “País tem tudo para dar certo neste domínio da Agricultura, terras aráveis, água abundante, bom clima, e gente com vontade de trabalhar.”.
“A agricultura familiar está a crescer a olhos vistos. Já existe muita produção no campo, de praticamente todos os bens essenciais ao consumo humano. Precisamos é organizar melhor, de ter políticas que possam maximizar os recursos disponíveis neste sector”, disse.
“Vem aí a fábrica de fertilizantes do Soyo, a fábrica de vacina animal do Huambo. Com estes dois investimentos, teremos basicamente tudo o que necessitamos para dar o tão esperado salto na produção agrícola (…), o Executivo está a fazer um esforço muito grande em levar água em abundância para o Sul de Angola, nomeadamente para as províncias da Huíla, do Cunene e do Namibe, com projectos que são caros, que vão acumular e distribuir milhões de metros cúbicos de água”, explicou, sublinhando que precisamos tirar o máximo proveito desse investimento, que já está a decorrer no Cunene, acontecerá em breve na Huíla e no Namibe.
O Presidente da República acrescentou que os milhões de metros cúbicos de água devem ser transformados em alimentos.
Só assim se justifica o esforço que estamos a fazer. Portanto, senhor Ministro, o que esperamos de si é que elabore um plano com vista a se tirar o maior proveito possível desses investimentos que estão a ser feitos no quadro do vasto programa de combate aos efeitos da seca no Sul de Angola.
“Trabalhe com o seu colega Ministro da Energia e Águas, que antecipadamente pode dar [informação sobre] o que está a ser feito, o que se vai fazer, as áreas, as localizações exactas, a quantidade de água que se espera de cada um daqueles projectos e, em função disso, planifique o que importa fazer para aumentarmos a oferta de bens alimentares”, alertou.
Em relação ao Ensino Superior, precisamos de mudar o quadro, sobretudo das instituições públicas de Ensino Superior. E, para isso, precisa fazer um diagnóstico, mas não vamos pressionar. Tome o tempo que julgar necessário.
“Um diagnóstico que identifique os pontos fracos, onde devemos melhorar e traga-nos propostas concretas do que entende ser necessário fazer-se para passarmos a ter um ensino superior público de qualidade, exigente, que não se limite a dar diplomas mas que forme, de facto, os nossos jovens que acorrem a este sistema de ensino.Também é da casa e, por ser da casa, está em vantagem. Conhece pelo menos parte de todo o sistema. Ande um pouco pelo país, faça visitas às instituições, porque uma visita de campo, uma visita no terreno, vale mais do que ler dez relatórios sobre o mesmo problema”, finalizou.