Angola prevê duplicar para cerca de 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB) a contribuição do setor das pescas, nos próximos cinco anos, mas tem desafios urgentes, como desenvolver a produção nacional de ração, anunciou hoje o Governo.
Lusa
O governante angolano realçou que Angola tem uma extensa costa atlântica de 1.650 quilómetros, uma Zona Económica Exclusiva (ZEE) de aproximadamente 330.000 quilómetros quadrados de área marítima e 77 bacias hidrográficas, “que representam uma riqueza natural de valor inestimável, o que tem favorecido o desenvolvimento de comunidades piscatórias”.
José de Lima Massano frisou que a pesca artesanal constitui para muitas famílias um meio essencial de subsistência e o peixe representa uma componente significativa da dieta proteica de muitos angolanos.
De acordo com o ministro, é necessário acelerar os investimentos, contando para isso com a participação do setor privado, mais infraestruturas de produção, logística e distribuição, incluindo unidades de tratamento, conservação, transformação e embalagem do pescado, transporte refrigerado, centros de distribuição e redes de comercialização.
“São também necessárias unidades de fabrico de equipamentos navais e industriais, de artefactos de pesca, bem como capacidades técnicas para a prestação de serviços associados. É urgente desenvolver a produção nacional de ração, criar centros de formação profissional, empresas de apoio à gestão, certificação sanitária e boas práticas de cultivo e ferramentas digitais que, entre outras funcionalidades, liguem os produtores informais ao mercado formal”, referiu.
O ministro de Estado para a Coordenação Económica de Angola sublinhou que o sector apresenta muitas oportunidades de investimento, destacando que o ambiente regulatório e institucional “tem registado avanços notáveis e o clima de negócios segue a mesma trajectória”.
A CIPAS 2025, que reúne decisores públicos, especialistas nacionais e estrangeiros, pescadores, investidores e organizações multilaterais, surge como um espaço privilegiado de concertação e partilha de experiências, num momento oportuno, considerando a trajetória de desenvolvimento que Angola está a projectar para o setor das pescas e aquicultura, acrescentou José de Lima Massano.
