O presidente executivo da multinacional petrolífera italiana Eni anunciou esta Quarta-feira que a Azule Energy já investiu cinco mil milhões de dólares (4,3 mil milhões de euros) em Angola e prevê investir outro tanto nos próximos quatro anos.
Ao intervir na abertura da 6.ª Conferência Internacional Angola Oil & Gas, Descalzi sublinhou o pioneirismo da Eni nas operações em águas profundas e em projectos complexos, orientados para o mercado, destacando o Bloco 15/06, que atingiu uma taxa de sucesso de 82 por cento em poços de exploração, resultando na descoberta de quase seis mil milhões de barris de petróleo equivalente em recursos.
Segundo o responsável, a criação da Azule Energy, que junta a italiana Eni e a britânica BP em Angola, em 2022, tem sido marcada por operações que se destacam pela segurança e eficiência.
Entre os projectos estruturantes, Descalzi realçou a plataforma Agogo, que recebeu o primeiro óleo apenas 29 meses após a decisão final de investimento, sendo concebida para operar de forma neutra em carbono durante todo o seu ciclo de vida.
A plataforma FPSO Agogo é um navio de produção, armazenamento e descarga de petróleo, que chegou a Angola em Maio de 2025 para operar no Bloco 15/06.
O gestor destacou ainda o papel crescente do gás natural na diversificação da matriz energética angolana e na redução das emissões de carbono.
“Juntamente com os nossos parceiros, estamos a avançar com o Novo Consórcio de Gás, nos campos de Quiluma e Maboqueiro — o primeiro desenvolvimento de gás não associado do país — que irá desbloquear novos recursos energéticos e garantir um fornecimento fiável para a fábrica de LNG de Angola”, disse.
Além disso, referiu-se à descoberta da Azule Energy em Gajajeira, o primeiro poço de exploração de gás dedicado perfurado em Angola, que irá reforçar a disponibilidade de recursos para o crescimento económico do país.
Descalzi destacou também a aposta na transição energética, lembrando que em 2023 foi inaugurada a Central Fotovoltaica de Caraculo, com uma capacidade inicial de 25 megawatts de energia limpa.
“Estamos a colaborar para optimizar e aumentar a produção na Refinaria de Luanda e a explorar o desenvolvimento de uma nova biorrefinaria dedicada principalmente ao combustível sustentável para aviação”, acrescentou.
Segundo o presidente executivo da Eni, a estratégia da companhia assenta numa base financeira e industrial sólida, “desenhada para proporcionar benefícios duradouros ao sector energético de Angola”.
Fonte: Lusa