Barcelona cai no seu reduto com o campeão europeu

O melhor confronto direto da partida não desiludiu mas, no final da história, houve um herói inesperado. O jogo grande da jornada 2 da fase de liga da UEFA Champions League, opôs Barcelona e PSG e, depois de um show de Yamal e Nuno Mendes na primeira parte, Gonçalo Ramos saiu do banco e deu a vitória aos parisienses, por 2-1.

O duelo entre Nuno Mendes e Lamine Yamal era um dos mais esperados da partida e não desiludiu. Será, naturalmente, redutor restringir aquilo que ocorreu no primeiro tempo às ações destes dois elementos, mas tanto um como outro estiveram na origem dos primeiros golos das respetivas equipas.

A primeira meia hora foi de domínio blaugrana e os lances de maior perigo começavam com uma questâo: «O que é que Yamal fez agora?» Ao minuto 2, bailou por entre VitinhaBarcola e Nuno Mendes para oferecer a bola a Ferran Torres, que viu Zabarnyi intercetar o remate. Aos 9′ voltou a isolar o colega, agora com um sensacional passe de trivela, mesmo para o espaço que levou Chévalier a hesitar, mas o 7 do Barça, com a baliza descoberta após passar pelo guarda-redes, voltou a encontrar pela frente o central ucraniano. Nem sempre passou por Nuno Mendes — o lateral português fez, também defensivamente, mais um belo jogo — mas a preponderância que teve no jogo ofensivo, quase sempre com acerto, voltou a ser espelho do porquê de ter sido considerado… o segundo melhor do Mundo.

O primeiro golo da partida também começou nos pés de Yamal, que intercetou um (raro) mau passe de Vitinha para lançar o contra-ataque que terminou com o passe de Rashford para a finalização de Ferran Torres. Por essa altura era notória a falta que fazia no ataque a tripla Dembélé-Doué-Kvaratskhelia, todos eles lesionados e todos eles habituais titulares na frente deste Paris SaintGermain. Era Hakimi quem mais desequilibrava pela direita, Barcola era o mais insistente no ataque e Nuno Mendes pouco subia, até pela necessidade de não deixar Yamal com espaço numa eventual perda de bola.

Quando subiu, porém, foi decisivo. Em dois lances em que cavalgou em zonas ofensivas, ultrapassando tudo e todos que o tentavam parar, ganhou um amarelo a Frenkie de Jong, numa entrada dura que deixou dúvidas quanto àquela que seria a cor do cartão, e, aos 38′, tirou toda a gente da frente antes de dar a bola para Mayulu empatar.

Os dois actores principais do primeiro tempo não brilharam tanto no segundo, que, talvez por isso, foi mais parco em grandes ocasiões. Uma para cada lado: o remate de Olmo (numa jogada que começou novamente com um passe de trivela de Yamal…) que foi intercetado por Hakimi quando se dirigia para a baliza e o disparo de Kang-in Lee que chocou com a base do poste de Szczesny. Tudo indicava, ao minuto 90, que o 1-1 seria o desfecho, após uma metade em que, mesmo sendo superior, o PSG não foi tão perigoso quanto o Barcelona havia sido, sobretudo, na primeira meia hora de jogo.

Até que surgiu… o pistoleiro Gonçalo Ramos. Vindo do banco, mostrou-se muito discreto nos poucos minutos que teve para fazer a diferença, ao contrário, por exemplo, de Lee, que procurou muito a bola a partir da direita. Mas fez aquilo que um 9 faz nestes momentos: foi decisivo.

A linha defensiva subida do Barcelona, que é tantas vezes arma eficaz, foi apanhada em contra-pé. Hakimi, um dos mais insistentes do segundo tempo, finalmente pôde fazer a diferença, ao colocar a bola no internacional português, que, de primeira, bateu Szczesny. Não houve tempo para mais e Luis Enrique voltou a Barcelona — a «casa», como o próprio definiu na antevisão — para de lá levar os três pontos.

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