EUA exortam Zelensky a “baixar o tom”

Um dia após troca de insultos com o líder ucraniano, Trump diz que a Rússia “tem as cartas na mão”.

Os EUA aconselharam ontem o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a “baixar o tom” nas críticas a Trump, um dia após a inédita e grave troca de acusações e insultos entre os líderes dos dois países.

Falando numa entrevista à Fox News, o Conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Mike Waltz, exortou o Presidente ucraniano a ter mais contenção nas suas declarações públicas sobre o Presidente dos EUA e a aceitar o acordo de exploração de minerais que Trump exige como contrapartida pela ajuda militar à Ucrânia. “Devia baixar o tom, olhar como deve ser para o acordo e assiná-lo”, afirmou Waltz, depois de Zelensky ter considerado a proposta dos EUA como abusiva e ter garantido que a Ucrânia “não está à venda”.

Waltz negou ainda que a Ucrânia e a Europa tenham sido excluídas das negociações de paz. “Existe uma coisa que é a ‘diplomacia de vaivém’, porque ter todos à mesma mesa ao mesmo tempo nem sempre funciona”, defendeu.

Trump, que na véspera chamou “ditador” a Zelensky, disse ontem que a Rússia “tem as cartas na mão” no conflito, mas mostrou-se convencido de que Putin “quer a paz”. “Acredito mesmo que a Rússia quer acabar com a guerra”, afirmou.

Já o Presidente ucraniano, que tinha acusado Trump de viver numa “bolha de desinformação russa”, apelou ontem ao “pragmatismo” nas relações com os EUA e defendeu um diálogo “construtivo” com Washington, num aparente recuo.

TRUMP “PODIA TER IDO”

Trump disse ontem que Zelensky “podia ter participado nas negociações na Arábia Saudita, se quisesse”. A Ucrânia, recorde-se, não foi convidada.

KIEV LÍDERES EUROPEUS

A líder da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, António Costa, visitam segunda-feira Kiev, no dia em que se assinala o terceiro aniversário do início da guerra.

ONU RECUSA DOS EUA

Os Estados Unidos recusaram patrocinar uma resolução da ONU que reitera o apoio à soberania e integridade territorial da Ucrânia e condena a agressão russa.

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

20 − 13 =