Fernando Severino Inácio Ndulu, também conhecido por Fábio, de 25 anos, detido pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC), na terça-feira, 15, por duplo homicídio, de mãe e filha, após tentativa falhada de livra-se de uma burla com promessas de emprego para ambas na função pública, ficou em prisão preventiva, medida de coacção mais gravosa, depois de ter sido ouvido pelo magistrado do Ministério Público (MP) no município Panguila, província do Bengo.
As vítimas foram identificadas como Josefa Amélia Firmino, de 19 anos, filha, e Maria Júlia Firmino, de 58, mãe, assassinadas em circunstâncias e locais distintos.
O SIC apurou que o corpo da mãe foi encontrado no dia 14 de Julho de 2025, no interior da sua residência, localizada no bairro Ângelo, município de Cacuaco, inicialmente sob suspeita de morte patológica. Contudo, após rigorosa perícia médico-legal, foi confirmada a causa como homicídio por asfixia, o que despoletou diligências que permitiram localizar e deter, no mesmo bairro, o presumível autor.
Durante o interrogatório, o detido confessou espontaneamente ter igualmente assassinado a filha, no dia 2 de Julho, num matagal situado no bairro Cemitério/Panguila, província do Bengo. O cadáver da jovem foi removido cinco dias depois, em estado avançado de decomposição, tendo sido inicialmente registado como “cadáver desconhecido”.
As investigações apuraram ainda que o suspeito terá atraído a jovem através de falsas promessas de enquadramento nas Forças Armadas Angolanas (FAA), tendo simulado a partida para o início da recruta em Benguela, após receber da vítima a quantia de 30 mil kwanzas. Sentindo-se pressionado pelas vítimas e sem capacidade de devolver o valor, “optou por tirar-lhes a vida, numa tentativa de ocultar o crime de burla”.