Traficantes dispararam vários tiros sobre Francisco de Assis Almeida.
Um homem foi assassinado a tiro por traficantes de droga ligados à facção Comando Vermelho (CV) numa rua da cidade brasileira do Rio de Janeiro por estar vestido de preto, cor que ele não sabia estar associada a uma milícia rival dos bandidos que o mataram. Francisco de Assis Almeida, de 40 anos, que nunca esteve ligado a acções criminosas, foi abatido no meio da rua quando ia para a igreja que frequentava e onde este fim de semana participaria num retiro espiritual.
Francisco estava a colocar as malas no carro, estacionado na Rua Capão Bonito, na comunidade do Katiri, zona oeste da capital fluminense, quando outro carro se aproximou lentamente e lá de dentro criminosos efetuaram diversos disparos contra ele quase à queima-roupa. Quando os bombeiros do quartel de Ricardo Albuquerque, na mesma região, chegaram ao local, o homem já estava morto.
Amigos que estavam próximos a Francisco e que participariam com ele no retiro religioso descreveram-no como um homem amável e generoso, que nunca se envolvia em confusões e era amigo de toda a gente. Segundo essas pessoas, Francisco morreu por não saber que os criminosos do Comando Vermelho que controlam aquele bairro pelo poder das armas tinham proibido os moradores de usar roupas pretas, cor normalmente usada pelos criminosos da milícia armada que disputam o controle da região com os traficantes.
Tendo chegado da Bahia, seu estado natal, há pouco mais de um ano, Francisco não sabia daquela regra imposta pelos traficantes já há muito tempo. Quando o viram todo de preto e a colocar malas dentro do carro, traficantes que patrulham as ruas do Katiri, onde até a polícia evita circular, imaginaram que fosse um miliciano que provavelmente iria desencadear alguma ação contra o bando deles e crivaram-no de balas.