Lula da Silva demite a ministra da Saúde

Alexandre Padilha, que até hoje era ministro das Relações Institucionais é substituto.

Poucas horas após a ter prestigiado na cerimónia do anúncio da produção em larga escala de uma vacina brasileira contra a Dengue, Lula da Silva demitiu no final da tarde desta terça-feira a ministra da Saúde, Nísia Trindade. Lula já vinha a “fritar” a ministra há algumas semanas, mas Nísia e a sua equipa continuaram a trabalhar normalmente, confidenciando nos bastidores que se o presidente quisesse que saíssem, então que os demitisse.

A demissão foi concretizada depois de uma reunião entre o presidente e a ministra no palácio presidencial, em Brasília, pouco tempo após a cerimónia em que foi anunciada a nova vacina, que será produzida pelo Instituto Butantan, de São Paulo. Na cerimónia, ante os rumores da demissão da titular da pasta, uma multidão de funcionários do Ministério da Saúde lotou o auditório e aplaudiu Nísia em pé demoradamente, mostrando-lhe inequívoco apreço.

Para o lugar dela Lula já nomeou Alexandre Padilha, que até hoje era ministro das Relações Institucionais. Médico, Padilha, que é do Partido dos Trabalhadores, PT, o mesmo de Lula, já tinha ocupado cargo de ministro da Saúde no governo de Dilma Rousseff.

Nísia Trindade, ex-presidente da Fundação Fiocruz, do Rio de Janeiro, estava no governo de Lula da Silva desde o primeiro dia, 1 de Janeiro de 2023. Tendo entrado no executivo por escolha pessoal de Lula, Nísia, até aí muito respeitada como uma competente especialista na área, com atuação relevante durante a pandemia de Covid-19, no governo foi uma figura apagada, não desenvolveu nenhuma ação que marcasse positivamente a sua passagem, deixou a Saúde brasileira entrar em crise e envolveu-se em situações embaraçosas.

Partidos do Centrão, que teoricamente fazem parte da base do governo mas atuam por interesses próprios, desde o início da presidência de Lula pressionavam pela saída de Nísia, para poderem comandar o orçamento milionário da pasta. Lula fez-lhes a vontade agora, tirou Nísia Trindade do cobiçado cargo mas ao invés de o dar a alguém desse grupo de partidos deu-o a um militante histórico do PT e amigo de longa data.

Alexandre Padilha também saiu do seu Ministério das Relações Institucionais com uma aprovação baixíssima. Encarregado de fazer a ligação entre o governo e o Congresso, Padilha era criticado à esquerda e à direita, a articulação política falhou inúmeras vezes ao longo destes últimos dois anos e ele era considerado responsável por várias grandes derrotas do governo em votações importantes. (FIM).

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