A economia angolana cresceu 1,08% no segundo trimestre face ao mesmo período do ano anterior, sustentada pelo sector não petrolífero, já que a actividade petrolífera registou uma contração de 8,65%, o pior resultado desde 2021.
Segundo as contas nacionais trimestrais divulgadas hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o setor não petrolífero apresentou um crescimento de 3,43% em termos homólogos, contrastando com a queda de 8,65% no sector petrolífero, que retirou 1,87 pontos percentuais ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).
Os principais factores negativos foram a quebra na extração de petróleo bruto (-10%) e a retração da actividade na administração pública (-1,50%), transporte e armazenagem, extração e refino de petróleo e extração de diamantes.
A produção média diária de petróleo caiu para 998.757 barris em julho, o menor nível desde março de 2023 e a primeira vez que ficou abaixo de um milhão de barris por dia desde que o país saiu da OPEP em dezembro de 2023.
Entre os sectores com melhor desempenho destacou-se a área das actividades de informação e comunicação, com um crescimento anual de 38,12%, contribuindo com 0,59 pontos percentuais para a variação do PIB, reflectindo alterações no método de estimativa e o aumento das receitas dos serviços de internet e telecomunicações.
Também registaram crescimentos expressivos os sectores de alojamento e restauração (7,99%), comércio (6,50%), indústria transformadora (5,15%) e extração de diamantes e minerais metálicos (6,79%).
Na agricultura, o setor agropecuário e silvicultura cresceu 3,14% e contribuiu com 0,60 pontos percentuais para o PIB, apoiado pelo aumento da produção agrícola em 3,70%. Já a pesca e aquicultura cresceram 3,30%, com destaque para a pesca industrial e semi-industrial (9%).
No acumulado do primeiro semestre de 2025, o PIB angolano cresceu 2,32% em relação ao mesmo período de 2024. As actividades com maior contribuição para esta variação foram as de informação e comunicação (31,96%), extração de diamantes (26,29%), administração pública (7,35%) e comércio (7,69%).
Os sectores com maior peso na composição do PIB do segundo trimestre foram: agropecuária e silvicultura (36,67%), comércio (15,71%), extração e refinação de petróleo (12,92%), administração pública (7,26%), indústria transformadora (6,73%) e outros serviços (6,65%).
O Produto Interno Bruto no segundo trimestre de 2025 totalizou 34,57 biliões de Kwanzas (cerca de 32,04 mil milhões de euros), dos quais 531,44 mil milhões de Kwanzas (aproximadamente 492,6 milhões de euros) correspondem a impostos sobre produtos líquidos de subsídios.