Os indivíduos que promovem e protagonizam actos de vandalismo, saque e destruição de infra-estruturas públicas e privadas no âmbito das manifestações pós eleitorais em Moçambique estão identificados e serão responsabilizados. A garantia foi dada hoje pelo Presidente da República, Daniel Chapo, durante uma cerimónia em Maputo.
Em declarações proferidas na Academia de Ciências Policiais, no encerramento da vigésima cerimónia de graduação dos cursos de Ciências Policiais para os níveis de licenciatura e mestrado bem como o juramento da bandeira, o Presidente da República, também Comandante em Chefe das Forças de Defesa e Segurança, disse que a verdade sobre os promotores das manifestações que se seguiram às eleições gerais de 9 de Outubro do ano passado está exposta.
“Hoje felizmente estes rostos que atentam contra a livre circulação de pessoas e bens, destroem bens públicos e privados, prejudicando a nossa economia estão bem identificados e são conhecidos pelas nossas forças de defesa e segurança, pela população e pelas autoridades judiciais que bem saberão aplicar esses conhecimentos nos termos e limites da lei”, garantiu o Presidente da República, sem avançar nomes.
Daniel Chapo manifestou, entretanto, alguma preocupação com os actos de incitação à violência através das plataformas digitais. “Expõem panfletos instigadores que criam um clima de instabilidade sobre a camuflagem de manifestações pacíficas, passeatas e caravanas que viram em manifestações violentas, ilegais, criminosas e o vandalismo. Nenhum moçambicano pode ser impedido de circular livremente e de transportar os seus bens para onde quer que seja”, vincou o chefe de Estado.
Por outro lado, Daniel Chapo também pediu que os agentes policiais evitem actuações que coloquem em causa o “bom nome” da corporação e do Estado, considerando inadmissíveis “práticas nocivas” entre as quais a corrupção, extorsão, clientelismo, indisciplina, nepotismo e a falta de respeito ao cidadão.
Recorde-se que segundo os últimos dados da plataforma de observação eleitoral Decide, a repressão policial das manifestações que decorrem desde Outubro resultou em 361 mortos, sendo que as autoridades moçambicanas, por sua vez, confirmam 80 óbitos e dão conta da destruição de 1.677 estabelecimentos comerciais, de 177 escolas e de 23 unidades sanitárias durante os protestos.
Fonte: RFI