A Associação Nacional dos Professores de Moçambique (Anapro) convocou para sábado uma marcha na cidade de Maputo em protestos por melhores condições e pagamento de horas extraordinárias em atraso, anunciou hoje a organização.
“Não é só pelas horas extras, mas por condições inóspitas em que trabalhamos, o rácio professor-aluno cada vez crescente, salas de aulas em péssimas condições e falta de subsídio de funeral”, disse à Lusa o presidente da Anapro, Isac Marrengula.
Os professores reclamam igualmente de alegada “falta de promoção, progressões e mudanças de categorias e subsídios de assistência médica”, acrescentou Marrengula.
Entre outros aspetos do caderno reivindicativo da Anapro consta o pagamento, em atraso, de horas extraordinárias de dois meses e 18 dias de 2022, de todo o ano de 2023 e dos dois trimestres de 2024, bem como “melhor enquadramento” na Tabela Salarial Única (TSU).
“Comunica-se ao Ministério de Educação e Desenvolvimento Humano, a todas as Direções Provinciais de Educação e aos Serviços Distritais de Juventude e Tecnologia que se vai dar início de um novo ciclo de exigências e pressão”, lê-se no comunicado da associação enviado à Lusa.
No mesmo documento, a classe convocou uma “marcha nacional dos professores” visando mostrar a “indignação, insatisfação com o executivo”, referindo que o auge das manifestações se “centrará no processo de conselho de notas e exames” de todas as classes e níveis.
“Várias aproximações feitas aos diversos órgãos do poder executivo e legislativo, na tentativa de ver o problema resolvido, redundaram em fracasso”, acrescenta-se no documento, em que se sublinha a perda de “confiança” para com o Governo moçambicano.
A Lusa noticiou anteriormente que a Anapro pediu ao parlamento moçambicano para verificar os processos e procedimentos usados pelo Governo para pagamento de horas extraordinárias em atraso.