Quem é Bashar al-Assad, o oftalmologista que se tornou presidente da Síria

Bashar al-Assad tornou-se presidente e entrou na política depois do irmão mais velho morrer.

É “um tirano” conhecido por condenar a Síria à repressão e a 13 anos de uma guerra que devastou o país. Faz parte de uma família autocrática que se manteve no poder durante mais de cinco décadas e agora está em parte incerta. Bashar al-Assad foi derrubado pelos grupos rebeldes sírios e “fugiu” num avião assim que a coligação de rebeldes anunciou que controlava a cidade de Damasco.

A guerra na Síria teve início depois de Assad ter recusado ceder aos protestos pró-democracia. Com as manifestações, o presidente montou uma pressão total contra o movimento pacifico, matando e prendendo milhares de pessoas nos primeiros meses.

A partir daí, a situação agravou-se. Bashar al-Assad tem sido acusado de graves violações aos direitos humanos e de ataques brutais contra civis ao longo do seu mandato, que começou em 2011.

Após a guerra começar, vários países, como os EUA, a Jordânia, a Turquia e a União Europeia apelarem à destituição de Bashar al-Assad. No entanto, apesar de o regime ter sido fortemente sancionado pelo Ocidente, conseguiu sobreviver graças ao apoio do Irão e da Rússia.

De oftalmologista a presidente da SíriaBashar al-Assad antes de se fixar em Damasco e tornar-se o presidente da Síria, era oftalmologista e vivia em Londres, no Reino Unido.

Na altura, o mais perto que estava do poder era com o cargo de oficial de chefe da Sociedade Síria de computação. Com a morte de Bassel, irmão mais velho de Assad e herdeiro à presidência da Síria, num acidente em 1994, Assad sabia que a função tinha de ser desempenhada por si. Regressou ao país, onde passou por treino militar de preparação e onde foi promovido a coronel.

Em 2000, Fafez al Assad, o pai de Hassad, morre e o parlamento decide alterar a idade para o cargo de presidente de 40 anos para 34, para a “nova opção” poder subir ao poder, segundo a Sky News.

A queda de Bashar al-AssadSem apoio dos apoiantes do pai, Assad começou a sua presidência tentado impor-se com a promessa de combater a corrupção.

Abriu salões para intelectuais poderem discutir arte, cultura e política que ficou conhecida como ‘Primavera Damasco’. No entanto, foram encerrados depois de um grupo de cerca de mil pessoas ter assinado um petição em prol da democracia multipartidária.

Ainda que algumas mudanças fossem feitas, os passos dados seguiam o caminho já feito pelo seu pai. Porém, quando o Conselho de Segurança da ONU exigiu que a Síria terminasse a invasão ao Líbano, Assad afastou-se da vontade do pai.

A tensão aumentou de escala quando em Daraa, no sul da Síria, protestantes foram mortos a tiro pelas forças do governo.

Segundo a ONU, a guerra civil levou à maior crise de refugiados do mundo, uma vez que mais de 14 milhões saíram do país à procura de segurança, já que esta tinha sido colocada em causa. Sem se prever, parte da queda foi causada pelas relações internacionais.

A atenção da Rússia na guerra da Ucrânia, que dura há três anos, e o Irão fragilizado com os ataques de Israel ao Líbano, também fragilizaram diretamente a defesa da Síria. Assim, o movimento dos rebeldes não conseguiram ser revertidos enos últimos dias ganharam mais espaço com o controlo de várias cidades do país.

A palavra ‘liberdade’ começa a ser ouvida nas ruas do país por moradores que celebram a queda do governo.

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