Candidato presidencial chegou esta quinta-feira a Maputo, após dois meses e meio de ausência.
O candidato presidencial Venâncio Mondlane acusou esta quinta-feira as autoridades moçambicanas de “uma espécie de genocídio silencioso” na repressão à contestação dos resultados das eleições gerais, mas manifestou-se disponível para o diálogo e para negociar.
“Quero quebrar a narrativa de que estou ausente por vontade própria da iniciativas de diálogo, estou aqui em carne e osso para dizer que se querem negociar, dialogar comigo, querem ir à mesa de negociações estou aqui presente para o diálogo”, disse Mondlane, em declarações aos jornalistas pouco depois de aterrar em Maputo.
O candidato presidencial que lidera a contestação às eleições gerais de 09 de outubro justificou ainda o seu regresso com o facto de não poder continuar fora do país quando o povo “está a ser massacrado”.
“Apercebi-me que o regime optou por uma estratégia de criar uma espécie de genocídio silencioso, as pessoas estão a ser sequestradas nas suas casas, estão a ser executadas extrajudicialmente nas matas, estão a ser descobertas as valas comuns com supostos apoiantes de Venâncio Mondlane”, acrescentou o candidato.
Mondlane deixou o aeroporto, zona sob um forte dispositivo de segurança, em direção ao centro da capital moçambicana e a comitiva está a ser acompanhada por centenas de pessoas a pé.
Confrontos entre a polícia os manifestantes já provocaram quase 300 mortos e mais de 500 pessoas baleadas desde 21 de outubro, segundo organizações da sociedade civil que acompanham o processo.